A imprensa noticiou na segunda-feira (17) a prisão de um homem de 55 anos que abusava sexualmente de crianças em situação de trabalho infantil nas ruas de Canoas, município do Rio Grande do Sul (RS).
As crianças eram abordadas enquanto vendiam balas nos faróis da cidade. De acordo com o jornal Diário de Canoas, foram identificadas sete vítimas do criminoso. A polícia investiga se mais crianças foram estupradas. Clique aqui para ler a matéria.
O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) ressalta que a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma grave violação de direitos. Neste caso, está relacionada a outra grave violação: o trabalho infantil.
“Vender balas nas ruas e nos faróis é uma forma de trabalho infantil que expõe crianças e adolescentes a inúmeros riscos, como a exploração sexual e o aliciamento para uso e tráfico de drogas. Portanto, prevenir e enfrentar o trabalho infantil é proteger crianças e adolescentes de outras violências”, informa a secretária executiva do FNPETI, Isa Oliveira. O trabalho nas ruas é uma das piores formas de trabalho infantil e proibido para pessoas com menos de 18 anos.
Naturalização – A cobertura jornalística, em sua maioria, não informou que essas crianças estavam em situação de trabalho infantil. “A não identificação das vítimas como trabalhadoras infantis expõe a naturalização do trabalho precoce”, acrescenta Isa Oliveira.
A situação também demonstra a ineficácia das ações de combate ao trabalho infantil. É responsabilidade do município realizar a Busca Ativa, identificar as crianças e os adolescentes, retirá-las do trabalho e adotar medidas de proteção a elas e suas famílias.